Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1849
Tipo do documento: Dissertação
Título: Educação (linguística) de crianças surdas por uma intérprete de libras ouvinte : uma autoetnografia do “gretar” por entre mundos
Título(s) alternativo(s): The (linguistic) education of deaf children by a hearing LIBRAS interpreter : an autoethnography of 'gretar' between worlds
Autor: Assis, Camila de Carvalho Mendonça 
Primeiro orientador: Lopes, Cristiane Rosa
Primeiro membro da banca: Lopes, Cristiane Rosa
Segundo membro da banca: Egido, Alex Alves
Terceiro membro da banca: Oliveira, Hélvio Frank de
Resumo: Nestas páginas estão registradas minhas intenções, narrativas e interpretações de vivências como professora, tradutora intérprete de língua de sinais e português (TILSP), pesquisadora e autora. Por meio das teorizações de Basoni (2022), Basoni e Merlo (2022), Fadini (2020) e S. Santos (2017) sobre a metodologia da autoetnografia, o meu registro é realizado sob o meu olhar e lugar de fala no mundo. Assim, observo os conflitos que cerceiam a figura do/a TILSP transgressor/a, que se recusa a ser neutro/a no ato político de educar. Problematizo, a partir da minha vivência com a comunidade surda, as práticas pedagógicas ofertadas nas escolas regulares de Goiás. O objetivo geral desta pesquisa é compreender como as teorizações, as relações de poder, as dinâmicas linguísticas e as identidades culturais podem se entrelaçam, impactando as experiências de surdos/as, TILSP e professores/as regentes, especificamente de línguas. Para alcançar esse objetivo, foram delineados os seguintes objetivos específicos: i) refletir sobre as complexidades da minha atuação como TILSP no contexto da inclusão de surdos/as nas escolas regulares, ditas ―inclusivas‖, contribuindo para educação linguística crítica do/a aluno/a surdo/a; ii) discutir as minhas percepções sobre as situações pedagógicas baseadas na Pedagogia Visual, utilizadas por professores/as de Língua Portuguesa ao planejarem as suas aulas, tendo alunos/as surdos/as, junto ao intérprete de Libras no ensino regular; iii) problematizar os documentos que intentam prescrever a complexa atuação do TILSP, observando outras possibilidades para efetivação da inclusão escolar de surdos/as, especialmente no que tange à aquisição da língua materna – a Libras. A seleção do material empírico se dá a partir dos meus diários de bordo, (auto)observações e meus acervos de registros escritos por discentes ao longo dos últimos 16 anos dedicados à educação de surdos/as. Decidi valer-me dessa abordagem metodológica por estar de comum acordo com as afirmações de Moita Lopes (2006), de que é necessário romper e repensar como fazer e construir conhecimentos dentro de uma ciência mais (auto)crítica e (auto)reflexiva, dito de outro modo, viver autoetnograficamente. Costuro os retalhos dessa colcha, com teorizações da Linguística Aplicada Crítica, dos Estudos Surdos e da Cultura Surda, problematizando as temáticas de aquisição de língua materna, da educação linguística crítica do português como segunda língua na modalidade escrita, letramentos críticos e formação cidadã. Apregoo e descrevo como um intérprete age pelas gretas das possibilidades, como ato de resistência do silenciamento linguístico acometido ao sujeito surdo sob nossos olhares mudos. Quanto aos resultados obtidos na pesquisa, evidencio que a implementação de um ensino bilíngue para surdos é viável e enriquecedora quando se considera as particularidades linguísticas e culturais desses estudantes. Defendo que, ao valorizar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e integrá-la às práticas pedagógicas, os/as professores/as podem criar um ambiente escolar mais inclusivo e respeitoso. Sendo assim, concluo que a colaboração entre educadores/as e TILSP é fundamental para atender às necessidades dos/as alunos/as surdos/as. Além disso, atividades adaptadas em Libras podem promover a diversidade linguística e cultural, combatendo o preconceito e valorizando a Libras como uma língua brasileira legítima. Em suma, realizei considerações acerca das contribuições da pesquisa autoetnográfica em minhas praxiologias enquanto professora regente e TILSP, fortalecendo-me para continuar a gretar e resistir.
Abstract: These pages record my intentions, narratives, and interpretations of experiences as a teacher, sign language and Portuguese interpreter (TILSP), researcher, and author. Through the theories of Basoni (2022), Basoni and Merlo (2022), Fadini (2020), and S. Santos (2017) on the methodology of autoethnography, my record is made from my perspective and place of speech in the world. Thus, I observe the conflicts that surround the figure of the transgressive TILSP, who refuses to be neutral in the political act of education. Based on my experience with the deaf community, I problematize the pedagogical practices offered in regular schools in Goiás. The overall objective of this research is to understand how theories, power relations, linguistic dynamics, and cultural identities can intertwine, impacting the experiences of deaf students, TILSP teachers, and classroom teachers, specifically language teachers. To achieve this goal, the following specific objectives were outlined: i) to reflect on the complexities of my role as a TILSP in the context of deaf inclusion in regular, so-called "inclusive" schools, contributing to the critical linguistic education of deaf students; ii) to discuss my perceptions of pedagogical situations based on Visual Pedagogy, used by Portuguese language teachers when planning their lessons with deaf students, along with a Libras interpreter in regular education; iii) problematize the documents that attempt to prescribe the complex actions of the TILSP, observing other possibilities for implementing the school inclusion of deaf students, especially regarding the acquisition of their native language—Libras. The empirical material is selected from my logbooks, (self)observations, and my collections of written records from students over the past 16 years dedicated to deaf education. I decided to use this methodological approach because I agree with Moita Lopes's (2006) assertions that it is necessary to break with and rethink how to create and construct knowledge within a more (self)critical and (self)reflexive science—in other words, to live autoethnographically. I stitch together the pieces of this quilt with theories from Critical Applied Linguistics, Deaf Studies, and Deaf Culture, problematizing the themes of native language acquisition, critical linguistic education of Portuguese as a second language in written form, critical literacies, and citizenship development. I advocate and describe how an interpreter works through the cracks of possibility, as an act of resistance to the linguistic silencing that deaf individuals face under our mute gaze. Regarding the results obtained in the research, I highlight that implementing bilingual education for deaf students is feasible and enriching when considering the linguistic and cultural particularities of these students. I argue that by valuing Brazilian Sign Language (Libras) and integrating it into pedagogical practices, teachers can create a more inclusive and respectful school environment. Therefore, I conclude that collaboration between educators and TILSP is essential to meeting the needs of deaf students. Furthermore, activities adapted in Libras can promote linguistic and cultural diversity, combating prejudice and valuing Libras as a legitimate Brazilian language. In short, I made considerations about the contributions of autoethnographic research in my praxiologies as a teacher and TILSP, strengthening myself to continue to struggle and resist.
Palavras-chave: Educação linguística crítica
Educação de surdos
Intérprete de LIBRAS
(Trans)interculturalidade
Critical linguistic education
Deaf education
Sign language interpreter
(Trans)interculturality
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
LINGUISTICA::LINGUISTICA APLICADA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Estadual de Goiás
Sigla da instituição: UEG
Departamento: UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Programa: Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Citação: MENDONÇA, Camila. Educação (linguística) de crianças surdas por uma intérprete de libras ouvinte: uma autoetnografia do “gretar” por entre mundos. 2025. 104 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Câmpus Cora Coralina, Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2025.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1849
Data de defesa: 1-Ago-2025
Aparece nas coleções:Mestrado Acadêmico em Língua, Literatura e Interculturalidade

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISSERTACAO_CAMILA_DE_CARVALHO_MENDONCA_DE_ASSIS.pdfDissertação2,81 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.