@MASTERSTHESIS{ 2020:990692982, title = {Rios, cidades e chafarizes: o governo das águas em Goiás - das fontes públicas à rede subterrânea de abastecimento}, year = {2020}, url = "http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/701", abstract = "O presente trabalho tem como objetivo analisar e discutir os diferentes usos da água na Cidade de Goiás, assim como sua apropriação, domesticação e submissão aos interesses da população da cidade, observando, principalmente, o abastecimento público desde o surgimento do povoamento, no século XVIII, até meados do século XX. Para isso, buscou-se compreender os processos de domesticação e uso das águas pelas sociedades humanas desde o acesso direto aos rios e poços, passando pelas fontes e chafarizes, até os encanamentos subterrâneos, bem como sua história no Brasil, desde a América portuguesa até os períodos imperial e republicano. A construção de redes de abastecimento de água nas cidades ocidentais modernas integra processos mais amplos de intervenção sanitária dos poderes públicos nos espaços urbanos, cuja gênese pode ser encontrada em iniciativas dominantes na Europa e Estados Unidos, privilegiando sistemas de distribuição de água às residências por meio de tubulações em forma de redes subterrâneas. Na segunda metade do século XIX, este modelo seria recepcionado no Brasil, quando o declínio do uso dos chafarizes e bicas como mecanismos de distribuição gratuita daria lugar às redes e encanamentos que conduziriam a água dos reservatórios até os edifícios urbanos. A pesquisa verificou que, em Goiás, o gerenciamento dos recursos hídricos no período colonial possuía natureza voltada para a mineração, o que tornou o abastecimento doméstico de água uma segunda prioridade, principalmente nas vilas onde o ouro era explorado. Dessa forma, em Vila Boa, então capital da capitania de Goiás, a gestão efetiva da oferta de água pelos poderes locais somente foi inaugurada cinco décadas após o início da ocupação do território, com a construção do primeiro chafariz, em 1772. A demanda por água motivou a construção de mais chafarizes e fontes nos séculos seguintes, definindo o modelo de distribuição até meados do século XX, quando uma nova estratégia de distribuição doméstica, baseado na instalação de canalização subterrânea, transportava a água dos mananciais e reservatórios até os edifícios da cidade. Associada aos processos de modernização das comunidades urbanas do Cerrado, a implantação tardia de um novo sistema de captação e distribuição hídricos na Cidade de Goiás ocorreria paralelamente à perda da condição secular de capital, transferida para Goiânia, cidade artificialmente construída. Neste processo, serão descritas as estratégias da gestão pública municipal para a consolidação deste projeto até a inauguração da obra de canalização da água, em 1949. Entretanto, a disponibilidade reduzida de recursos e as dificuldades inerentes à implantação do sistema condicionava a oferta do serviço a uma região limitada da cidade. Os anos seguintes serão de embates em torno da ampliação do acesso à água. Como nem todos puderam desfrutar de imediato do serviço público de água encanada, como herança histórica dos períodos colonial e imperial, o uso persistente das fontes e chafarizes continuou durante algum tempo, sem ruptura imediata entre os dois modelos de distribuição. Durante a década de 1950 este modelo de abastecimento dicotômico ainda persistia na antiga capital: um sistema público gratuito e um modelo privado e doméstico de uso da água", publisher = {Universidade Estadual de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (PPG-TECCER)}, note = {UEG ::Coordenação de Mestrado Territórios Expressões Culturais do Cerrado} }