@MASTERSTHESIS{ 2018:1857406435, title = {Etnobotânica de plantas medicinais em comunidades quilombola e de assentamento rural e traços funcionais de Qualea grandiflora Mart. (Vochysiaceae) em Piracanjuba, GO}, year = {2018}, url = "http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/505", abstract = "A diversidade sociocultural presente no Cerrado, culmina em valiosos conhecimentos tradicionais, em especial, aqueles inerentes aos diversos usos da flora do Cerrado. Esses conhecimentos acerca dos usos dos vegetais são valorados pela ciência etnobotânica e subsidiam argumentos robustos e consistentes para a conservação do Cerrado no processo de desenvolvimento econômico. Neste contexto, o presente estudo objetivou realizar o levantamento das plantas medicinais de uso popular pelas mulheres da Associação Quilombola de Piracanjuba, GO - Ana Laura, pelo Assentamento Rural Boa Esperança, e traços funcionais de Qualea grandiflora Mart. (Vochysiaceae) em Piracanjuba, GO. Para a comunidade quilombola Ana Laura, foram selecionadas cinco participantes consideradas as “donas dos saberes” em relação ao conhecimento sobre as plantas medicinais. A metodologia utilizada foi baseada em entrevistas semiestruturadas. Entre as plantas citadas as encontradas foram coletadas e inseridas no acervo do Herbário José Ângelo Rizzo (JAR), da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus Quirinópolis. Foram registradas 91 espécies de plantas medicinais distribuídas em 41 famílias, sendo Fabaceae (onze espécies) e Lamiaceae (oito espécies) as de maior riqueza em espécies. As espécies citadas foram usadas, principalmente, para tratar problemas das vias respiratórias, seguido das doenças relacionadas aos sistemas digestivo e cardiovascular e problemas dermatológicos. A parte vegetal mais utilizada foi a folha, podendo se justificar por uma maior disponibilidade de folhas do que outra parte da planta durante todo ano. A forma de preparo mais utilizada foi o chá. Entre as espécies medicinais citadas a maioria é nativa. As espécies com o maior número de informantes foram Croton antisyphiliticus, Dysphania ambrosioides, Ricinus communis e Copaifera langsdorffii. As com o valor máximo de concordância de uso foram Stryphnodendron adstringens, Dysphania ambrosioides, Dilodendron bipinnatum, Croton antisyphiliticus, Punica granatum e Curcuma longa. Estas espécies são amplamente utilizadas pela Medicina Popular brasileira, em especial no Cerrado goiano. A metodologia usada no Assentamento Boa Esperança foi a mesma usada no Quilombo de Piracanjuba Ana Laura, tendo sido selecionadas 12 pessoas que detinham conhecimento sobre as plantas medicinais. Foram registradas 176 espécies de plantas medicinais distribuídas em 72 famílias e 155 gêneros. Fabaceae (16 espécies), Asteraceae (15 espécies) e Lamiaceae (13 espécies) foram as famílias de maior riqueza em espécies. As espécies citadas foram usadas, principalmente, para tratar problemas das vias respiratórias e doenças relacionadas ao sistema gastrointestinal. A parte vegetal mais utilizada foi a folha, podendo ser justificado, por elas conterem grande parte dos princípios ativos das plantas, além da maior disponibilidade desta parte vegetal durante todo o ano. A forma de preparo mais utilizada foi o chá. Entre as espécies medicinais citadas a maioria é nativa, sendo que Lychnophora ericoides (arnica-do-cerrado) está em status de quase ameaça (NT). As espécies com o maior número de informantes foram Dilodendron bipinnatum, Morus sp., Pterodon emarginatus, Qualea grandiflora, Cochlospermum regium. As com o valor máximo de concordância de uso foram Dilodendron bipinnatum, Morus sp., Pterodon emarginatus e Qualea grandiflora. Com isto, percebe-se que há um grande aproveitamento e conhecimento das espécies medicinais pela comunidade estudada, além da necessidade de estudos futuros para verificação da atividade biológica dessas espécies vegetais, além das particularidades socioambientais observadas neste assentamento. Visto que Qualea grandiflora Mart. é uma espécie abundante em Piracanjuba, com ampla ocorrência no assentamento estudado e valioso uso medicinal, este trabalho objetivou avaliar os traços funcionais dessa espécie em floresta estacional semidecídua (FES) e em pastagem. Em agosto de 2018 foram coletados dados ambientais, de arquitetura arbórea e de morfometria foliar, consistindo na amostragem de sete indivíduos na FES e cinco na pastagem, totalizando doze indivíduos. Para as análises estatísticas, o teste de Shapiro-Wilk foi usado para testar a normalidade dos dados. Para a comparação das médias dos traços funcionais entre os dois ambientes (FES e pastagem) utilizou-se o teste t de Student. A floresta estacional semidecidual apresentou valor médio de cobertura do dossel de 85% e na pastagem foi 0%. Os indivíduos de Qualea grandiflora apresentaram menores valores médios na pastagem para o comprimento e largura da folha quando comparados com o da FES. Não houve diferença significativa para o comprimento do pecíolo nos dois ambientes avaliados e para nenhum dos traços funcionais relativos à arquitetura arbórea. Os indivíduos de Qualea grandiflora se desenvolvem melhor na FES provavelmente como resposta às condições ambientais menos estressantes para a espécie. Recomenda-se, para fins de exploração sustentável pela comunidade local, que as matrizes arbóreas sejam escolhidas dentro da área de FES.", publisher = {Universidade Estadual de Goiás}, scholl = {Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ambiente e Sociedade}, note = {UEG ::Coordenação de Mestrado em Ambiente e Sociedade} }