@MASTERSTHESIS{ 2025:2098448965, title = {A Ressignificação da vida através da morte entre os Boe Bororo: etnoterapia no luto durante os rituais fúnebres}, year = {2025}, url = "http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1733", abstract = "O objetivo do estudo é explorar, ancorado a uma Antropologia Indígena, as distintas visões que o povo Boe Bororo(assim se autodenominam) possui sobre a morte, os fenômenos mágicos e biológicos que a cercam, e o modo comolidam com o luto, fundamentados na ética terapêutica do conhecimento ancestral e na ordenação cultural da sociedade, orientada pela preservação de seus mitos. Emboraexista uma vasta produção etnográfica a respeito desses povos, há uma lacuna na discussão sobre comoressignificam o ciclo da vida social, mesmo diante do luto e da inevitabilidade da morte e do morrer. Mantenedoresde rituais mortuários sistematicamente organizados, os Boe Bororo são conhecidos por praticar as cerimôniasfúnebres mais longas entre as comunidades indígenas do Brasil. Assim, ao seguir uma dinâmica heterogênea emultifatorial na execução de seus rituais tradicionais, a análise se concentra nas estratégias que desenvolvem para enfrentar a morte e a busca pela cura espiritual dos enlutados, frente ao novo espaço que passam a ocupar nacomunidade. Essas alternativas são, muitas vezes, amparadas na medicina tradicional, decorrendo do uso de plantas,pinturas corporais e ritos específicos de cuidados com o corpo do morto e dos lutuosos (orientam-se sempre pelaexegese de sua cosmogonia). Tais elementos integram o centro analítico da investigação em tela. O presente estudotem como abordagem metodológica qualitativa, desenvolvida por meio da revisão bibliográfica (textos etnográficose históricos, artigos científicos, dissertações e teses) e tendo como meios de fundamentação teórica as produçõesaudiovisuais e etnográficas referentes à história, às cerimônias tradicionais (especificamente os rituais mortuários) eas práticas da medicina tradicional Bororo. Conceitos como Morte, Luto, Ressignificação e Etnoterapia sãofundamentais para compreender a natureza de análise que fundamenta todo o trabalho. Apesar da extensa literatura antropológica e etnográfica produzidas sobre os Bororo e seus ricos rituais mortuários,nota-se que há uma lacuna nas discussões sobre como estes, quando se veem defasados pela “grande doença” que éa morte, elaboram a perda e ressignificam o luto ao acionarem os dispositivos de “apaziguamento do luto” baseadosna manutenção dos seus saberes e dos etnoconhecimentos médicos ancestrais para o cuidado espiritual, emocionaldos enlutados e corporal do falecido. Sugere-se que, para os Boe Bororo, o acontecimento da morte não é encarado apenas como o encerramentobiológico do ser, mas é o centro das transformações sociais, fortalecendo o papel do indivíduo na sociedade eassegurando a continuidade da vida. Sendo celebrada ainda mais que o nascimento, o culto aos mortos reforçaidentidade cultural desse grupo, ao passo que a manutenção da vida cerimonial (que rememora os seus mitos) e aoperacionalização dos etnoconhecimentos ancestrais são as insígnias que ressignificam suas (re)existências frente acrescente violação de seu espaço sagrado: a natureza. Ademais, os resultados obtidos demonstram que as cerimôniasfunerárias desses povos, extremamente ricas e complexas, nos fazem refletir sobre as possibilidades de umaexpansão teórica, antropológica e metodológica dentro da Tanatologia , quando consideramos as percepções eritualizações da morte em várias sociedades. Isso se deve ao fato de que a resposta a esse fenômeno natural e socialé, primeiramente,polissêmica nos diferentes agrupamentos humanos.", publisher = {Universidade Estadual de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (PPG-TECCER)}, note = {UEG ::Coordenação de Mestrado Territórios Expressões Culturais do Cerrado} }